Essa dieta foi criada pelo cardiologista americano Robert Atkins e
ficou conhecida em todo o mundo como a dieta da proteína. Sua principal
meta é restringir severamente a ingestão do carboidrato em todas as
refeições e priorizar o consumo de proteínas, ou seja, alimentos de
origem animal como carnes, ovos, peixes, bacon, embutidos, queijos
amarelos.
Na primeira semana, considerada o 1º nível, as fontes de carboidratos
ficam bem limitadas, sendo liberadas apenas até 20g – como 1 maçã
pequena, 2 bananas prata médias, um pão francês sem miolo, 2 garfadas de
macarrão ao alho e óleo ou 3 colheres (sopa) de batata inglesa cozida
em cubinhos – o que de cara desencadeia um processo bioquímico em que o
fígado converte gordura corporal em ácidos graxos e corpos cetônicos,
substâncias que podem ser usadas pelo corpo como fonte de energia quando
falta carboidratos (responsáveis por fornecer energia ao organismo). De
acordo com Dr. Atkins, esse mecanismo, chamado cetose, é essencial para
o emagrecimento.
Nas semanas seguintes, que representam do 2º ao 5º nível, já se permite
alguns alimentos, podendo atingir até 40g de carboidratos por dia (para
não errar, multiplique por 2 as opções de até 20g, citadas
anteriormente). O principal argumento do médico americano é que quando o
organismo está em cetose, a fome simplesmente não existe, o que leva a
uma perda de peso rápida.
E mais: o organismo sofre adaptações metabólicas, onde passa a usar os
corpos cetônicos como fonte de energia, poupando um pouco de glicose
para o cérebro, o seu principal dependente. E com alguns dias em cetose o
organismo se libera da dependência dos carboidratos e passa a utilizar
as gorduras como fonte de energia, o que aumenta a saciedade.
Como é feita
É recomendado retirar das refeições todos os alimentos ricos em
carboidratos. No café da manhã fica liberado abusar (sim, a dieta não
tem limitações de porções) de queijos, presuntos e ovos. Uma xícara de
café com leite também é permitida ou ainda uma xícara de chá. As frutas
ficam restritas às quantidades mencionadas no item “O que propõe”, com
porções calculadas.
No almoço e no jantar saem de cena, arroz, massas, tubérculos, além das
leguminosas como ervilha, milho, lentilha e grão-de-bico. Fica liberado
carnes, ovos, embutidos, bacon, aves, peixe e verduras.
“Essa dieta foge demais dos hábitos alimentares da maioria das pessoas,
talvez por isso fique difícil segui-la por muito tempo e isso pode
resultar em um ganho de peso rápido, ao voltar a comer carboidratos com
muita ansiedade”, argumenta a nutricionista Amélia Duarte, de Salvador.
“Outra desvantagem desse cardápio, que realmente emagrece, é não
promover uma reeducação alimentar. Isso não é bom, podendo levar ao
efeito sanfona”, complementa.
Promessa
Esta dieta leva a uma grande redução de peso em um curto prazo de
tempo, podendo chegar a menos 8 Kg em um mês. “Porém, é bom lembrar que
grande parte dessa perda compreende massa muscular, alcançando uma perda
bem mais baixa de gordura. O que não é saudável para o corpo”, alerta a
endocrinologista Adriana Moretti, de São Paulo.
Contraindicação
“Pode causar problemas de concentração, já que o cérebro não funciona
sem glicose, e ainda libera gorduras saturadas, que em longo prazo
aumentam o colesterol”, alerta Amélia. “Além disso, a falta de
carboidratos pode provocar tontura, sono, alteração de humor, tremores e
propensão a desmaios”, pontua Adriana Moretti. E não é só.
A baixa ingestão de fibras leva à prisão de ventre e outras doenças
intestinais. Esse cardápio não é indicado para gestantes e pessoas com
problemas renais, já que na primeira fase a dieta significa um esforço a
mais para os rins, que eliminam corpos cetônicos pela urina. Também não
deve seguir esse cardápio quem tem ácido úrico elevado